quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Soneto A Homero - Soneto * Antonio Cabral Filho - RJ



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Soneto a Homero

Feliz eu seria se nascido Homero,
Poder homerizar meu próprio verso,
Elevar a lira com que prospero
Fictício e real no viver imerso.

Expor em “ilíacas odisséias”
As peripécias do labor poético
A ponto de matar por cefaléias
Os curiosos do pendor estético.

Depois, virar fumaça no espaço,
Deixando em suspense várias platéias
Até que a rolinha fuja do laço.

Mas, que fazer se não nasci Enéias?
Eis aqui minha lenha para o fogo
Desde que a luz mostre pros céus meu rogo.   
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