quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Soneto A Homero - Soneto * Antonio Cabral Filho - RJ



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Soneto a Homero

Feliz eu seria se nascido Homero,
Poder homerizar meu próprio verso,
Elevar a lira com que prospero
Fictício e real no viver imerso.

Expor em “ilíacas odisséias”
As peripécias do labor poético
A ponto de matar por cefaléias
Os curiosos do pendor estético.

Depois, virar fumaça no espaço,
Deixando em suspense várias platéias
Até que a rolinha fuja do laço.

Mas, que fazer se não nasci Enéias?
Eis aqui minha lenha para o fogo
Desde que a luz mostre pros céus meu rogo.   
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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lixão De Gramacho - Soneto * Antonio Cabral Filho - Rj



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Lixão de Gramacho

Bate em meu peito um “lixão de Gramacho”,
Exposto à visitação tão bem pública
Que vem admirar o próprio esculacho
Para aprender a viver em república.

Mas adentra como quem faz devassa
E vai pisando assim à revelia
Tudo que reina feliz onde passa
Sufocando a pouca vida que havia.

Tânatos expirando sob escombros,
Eros pintando céus todos de chamas,
Lábios perambulando por um beijo,

Mas encontram aí peitos sem ombros
Nesse tumulto de emoções sem camas
Em que rolam gemidos e arquejos. 
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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Modo Machadiano De Crítica Social * Antonio Cabral Filho - Rj


Machado De Assis,
segundo na fila direita, atrás do barbudo, à frente da Princesa Isabel, no dia da Missa Campal pela Abolição da Escravatura.
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Modo Machadiano De Crítica Social

Falaremos, primeiro, sobre rosa,
das contradições cármicas da sorte,
da alegria de ser a mais formosa
e da dor de enfeitar cara de morte.

Assim, traremos para o nosso bloco,
a simplesa d'alma dos inocentes,
atraído para o prazer de Baco,
na taça de Vênus sempre caliente.

Depois, macularemos nossa crônica
com o sangue dessa escravidão real,
extraído em leilão beneficente,

Contar-lhes-emos trava - línguas cômicos
elevando o leitor ao pedestal,
matando ao fim o entrão como demente.

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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Acróstico Forma Fixa Silvia Motta * Antonio Cabral Filho - Rj

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S - empre fui um cara sério,
Í - ntimo dos mais caretas.
L - evo comigo o mistério:
V - omitar nos picaretas,
I - nda que me custe o erário;
A - ndo sem olhar pra trás.
M - as naquelas horas pretas,
O - meu humor fica hilário;
T - emo perder nas retretas
A - marca de perdulário.
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Acróstico Forma Fixa Rosemarie Parra * Antonio Cabral Filho - Rj


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Acróstico Forma Fixa Rosemarie Parra

R - osa, flor das mais queridas,
O - de de prazer e dor,
S - empre ativa em nossas vidas,
E - nquanto existir amor.
M - as a rosa sem Maria
A - ndaria meio triste,
R - emaria em calmaria
I - ndo de aríete em riste.
E - ntão veio a solução,
P - ara não haver impasse,
A - tá-las de mão em mão
R - egistrando seu enlace:
R - osa e Maria, então
A - ssumem a mesma face.
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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Vinho De Baco - Soneto * Antonio Cabral Filho - Rj

ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS
Antonio Cabral Filho - Rj
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VINHO DE BACO
- SONETO -

"Uma vez que o soneto é imortal",
meu ser respira em estado de graça,
Baco chega sem cerimonial
brandindo-me sequioso a taça.

Vem chegando Safo e suas meninas,
deixando meu tonel todo assustado,
perante o fogo e a sanha fesceninas,
mas com ou sem dor, será esgotado.

Neste momento, Lesbos jás vazia,
e, mesmo sem estar cheios de uca,
rolamos pela areia de alegria.

Por mais que alguém tenha medo da Cuca,
não entrego o que aconteceu depois,
a menos que possa ser só nós dois...

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Glosando Miguel J. Malty * Antonio Cabral Filho - Rj

ESTRO ANO XI Nº 116 - 2007
EDITOR: MIGUEL J. MALTY 
Brasília - Df

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Glosando Miguel J. Malty

MOTE

"Do poeta, a inspiração
tenho o gênio por maestro.
Busco o sonho, ouço a razão.
Amigos, eu sou o Estro."

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"Do poeta, a inspiração..."
A inspiração do poeta
é coisa do coração,
não conhece linha reta.

Pra fugir da rima grave
"Tenho o gênio por maestro",
que vive brandindo a chave
hasteada pelo destro.

Mas pra matar rima em ão,
desisti de ouvir estrelas.
"Busco o sonho, ouço a razão"
pra conseguir entendê-las.

Sempre dizem que excedi;
ouçamos o nosso mestre,
vai falar Miguel Malty:
"Amigos, eu sou o Estro!"

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Soneto Morfêico - Soneto * Antonio Cabral Filho - Rj




O soneto é uma boa camisa de força
Disponível aos espíritos lá d’antanho
Que vestem-na urgente ou vão purgar na forca
Antes mesmo das águas do primeiro banho.

- Ora! Dirão-me, nosoutros pensar em métricas
Como um desses sapos tanoeiros ilustres;
Isto já custou-nos mais que contendas tétricas
E fuzuês entre mui distintos abutres!

Certos tipos adoram devorar  os outros
Com preferência estrita pela mesma espécie,
Aliás, como ensinam costumes antropos,

Sem preocupar-se com volumes nem messe
Na gana de elevar a fama d’antropófagos
E homerizar tantos instintos morfêicos.

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Soneto DE Mary Jane * Antonio Cabral Filho - Rj

-escritablog-
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SONETO DE MARY JANE

O amor de Mary Jane
não tem nada comparável,
não há épico que reine
onde habita o insondável.

Mary Jane não transige
nos reinos do coração,
que como senhor, lhe exige
a completa rendição.

Admiro o Homem aranha,
que não faz a coisa feia,
mesmo ante força tamanha:

cobiçar mulher alheia.
Gafes mancham ideal,
mas finda vencendo o mal.

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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Elegia De Augusto Dos Anjos - Sonetilho - Antonio Cabral Filho - Rj

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EU - AUGUSTO DOS ANJOS
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ELEGIA DE AUGUSTO DOS ANJOS

Fui ler Augusto dos Anjos,
mas assim logo de cara,
fiquei que nem os arcanjos,
caçando "ESCARLETE OHARA!"

Pareceu-me um Frankenstein,
Drácula sem Baviera;
por mais que vocês estranhem,
ache pior do que era.

mas depois, eu me dei conta,
pela riqueza linguística
cuspida por gente tonta,

sem apreço com estilística,
fora os burros sem cabresto
aos coices pelos seus textos.

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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ladeira Saint Roman - Soneto * Antonio Cabral Filho - Rj

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Ladeira Saint Roman


A histórica Ladeira Saint Roman
Quer mostrar o brilho da sua glória
Mas, pobre da Ladeira Saint Roman,
Não quer censuras em sua história.

A mal-quista Ladeira Saint Roman
Procura por algum herói que diga
O caso Pasquim, tantim sem tantan,
Mas quer  que o faça sem fugir da briga.

A mal-vista Ladeira Saint Roman
Não quer deixar o prazer dessa história
Ser degustado depois que morrer.

A “rabuda” Ladeira Saint Roman,
Que festejou muita gente ao subir,
Diz que não viu tanta gente descer.

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sábado, 23 de maio de 2015

Soneto Do Flibusteiro * Antonio Cabral Filho - Rj


Antologia 1 - Cardápio Poético - 
Editora Costelas Felinas 2014
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Soneto do Flibusteiro

Conheço alguém mui capaz
De cometer flibustério,
Tão bem que ninguém jamais
Investigou seu mistério.

Toma todo bem do pobre,
Que é tudo que lhe convém,
Espírito vira cobre
Pra lhe bancar o sedém.

Ele se assina coelho,
Mas todo Paulo é velhaco,
Se te pega de joelho.

Guarde o teu ponto fraco,
Não te esqueça do teu relho
Contra o tal de paulo coelho...

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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Antologia De Poetas Brasileiros Contemporâneos / Elenilson Nascimento - BA

ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS
Org Elenilson Nascimento - Bahia 2013
http://pt.calameo.com/books/0018930735d268ad61de1 
Antonio Cabral Filho - Rj
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Acróstico MIL - Soneto Acróstico * Antonio Cabral Filho - Rj

Soneto Acróstico 

http://depressaoepoesia.ning.com/group/acrosticos-depressao-e-poesia/forum/topics/acr-stico-mil-antonio-cabral-filho-rj?xg_source=activity
Maria Iraci Leal
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ACRÓSTICO MIL 

M - ais que lembrar maestria
A - nte tudo que previmos,
R - ico levou correria
I - ndo na onda que vimos.
A - í, fez-se luz o sol,
I - luminou nosso dia,
R - einou em nosso arrebol
A - rdente luz de alegria.
C - antando nossa canção
I - ndo na rota do rio,
L - ivres e sem comoção,
E - nsinemos ao Brasil:
A - ntes do Dia do Fico
L - utem pelo Velho Chico.
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