quarta-feira, 24 de junho de 2015

Glosando Miguel J. Malty * Antonio Cabral Filho - Rj

ESTRO ANO XI Nº 116 - 2007
EDITOR: MIGUEL J. MALTY 
Brasília - Df

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Glosando Miguel J. Malty

MOTE

"Do poeta, a inspiração
tenho o gênio por maestro.
Busco o sonho, ouço a razão.
Amigos, eu sou o Estro."

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"Do poeta, a inspiração..."
A inspiração do poeta
é coisa do coração,
não conhece linha reta.

Pra fugir da rima grave
"Tenho o gênio por maestro",
que vive brandindo a chave
hasteada pelo destro.

Mas pra matar rima em ão,
desisti de ouvir estrelas.
"Busco o sonho, ouço a razão"
pra conseguir entendê-las.

Sempre dizem que excedi;
ouçamos o nosso mestre,
vai falar Miguel Malty:
"Amigos, eu sou o Estro!"

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Soneto Morfêico - Soneto * Antonio Cabral Filho - Rj




O soneto é uma boa camisa de força
Disponível aos espíritos lá d’antanho
Que vestem-na urgente ou vão purgar na forca
Antes mesmo das águas do primeiro banho.

- Ora! Dirão-me, nosoutros pensar em métricas
Como um desses sapos tanoeiros ilustres;
Isto já custou-nos mais que contendas tétricas
E fuzuês entre mui distintos abutres!

Certos tipos adoram devorar  os outros
Com preferência estrita pela mesma espécie,
Aliás, como ensinam costumes antropos,

Sem preocupar-se com volumes nem messe
Na gana de elevar a fama d’antropófagos
E homerizar tantos instintos morfêicos.

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Soneto DE Mary Jane * Antonio Cabral Filho - Rj

-escritablog-
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SONETO DE MARY JANE

O amor de Mary Jane
não tem nada comparável,
não há épico que reine
onde habita o insondável.

Mary Jane não transige
nos reinos do coração,
que como senhor, lhe exige
a completa rendição.

Admiro o Homem aranha,
que não faz a coisa feia,
mesmo ante força tamanha:

cobiçar mulher alheia.
Gafes mancham ideal,
mas finda vencendo o mal.

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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Elegia De Augusto Dos Anjos - Sonetilho - Antonio Cabral Filho - Rj

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EU - AUGUSTO DOS ANJOS
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ELEGIA DE AUGUSTO DOS ANJOS

Fui ler Augusto dos Anjos,
mas assim logo de cara,
fiquei que nem os arcanjos,
caçando "ESCARLETE OHARA!"

Pareceu-me um Frankenstein,
Drácula sem Baviera;
por mais que vocês estranhem,
ache pior do que era.

mas depois, eu me dei conta,
pela riqueza linguística
cuspida por gente tonta,

sem apreço com estilística,
fora os burros sem cabresto
aos coices pelos seus textos.

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